31 maio 2006

Não deixes que a vida passe em branco...

" Um dia a maioria de nós irá separar-se, sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que partilhamos.
Saudades até dos momentos de lágrimas, de angústia, das vésperas dos finais de semana, dos finais de semana, enfim... do companheirismo vivido (...). Em breve, cada um vai para o seu lado, seja pelo destino ou por algum desentendimento, segue a sua vida.
Talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe...Podemos falar ao telefone, dizer algumas tolices...
Aí, os dias vão passar, meses... anos... vamos-nos perder no tempo...
Um dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e perguntarão:" Quem são aquelas pessoas? ", diremos que eram os nossos amigos e... isso vai doer tanto! (...), a saudade vai apertar dentro do peito. Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente... Quando o nossos grupo estiver incompleto... reunir-mos-emos para um último adeus de um amigo. E entre lágrimas abraçar-nos-emos(...). Por fim, cada um vai para o seu lado. para continuarem a viver a sua vida, isolada do passado(...).
Por isso, fica aqui um pedido deste húmilde amigo: ´Não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades, sejam a causa de grandes tempestades... Eu poderia suportar, embora sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos".
Fernando Pessoa
Linda, este poema também é dedicado a ti. Parece que foi feito por nós, para nós...por tudo o que somos, tudos o que vivemos, tudo o que construímos.
Obrigada. Obrigada por tudo... pelas noites passadas acordadas, pelas lágrimas perdidas, por tantas perguntas que permanecem sem porquês. Um abraço apertado... o conforto de um regaço!
O tempo vai passando...o maldito do relógio teima em não parar. lá teremos que aprender a "viver" sem os grandes "jantares-convívio", o cafézinho depois do jantar ou até do trinar de uma guitarra. Vai doer. Vai doer muito. Iremos olhar para o lado e essas pessoas, verdadeiros irmãos de muitas caminhadas, e eles não irão estar lá. Terão as suas vidas para tratar, os seus projectos para levantar, os seus futuros para construir.
Espero que eles saibam que o coração chega sempre, onde o corpo muitas vezes quer mas não consegue alcançar. Para essas pessoas, que seja sempre um até já.