O Tema da gripe das aves e da influência das aves selvagens numa eventual pandemia de gripe tem suscitado muito interesse por parte de comunicação social e da opinião pública. A gripe aviária é uma doença infecciosa das aves, causada por estirpes do tipo A do comum vírus da gripe (sendo a H5 e a H7 as estirpes mais comuns deste vírus. O subtipo H5N1 é particularmente preocupante, visto que sofre mutações com grande rapidez e tem propensão para adquirir genes de outros vírus que infectam outras espécies animais – daí a capacidade de infectar o ser humano).
Recentemente, a capacidade de “saltar espécies” tornou-se uma nova preocupação a nível mundial, com a identificação de casos de infecção de seres humanos com mortalidade muito elevada. A propagação é provida pelas aves domésticas devido à densidade de aves e o consequente contacto com fezes e outras secreções como o sangue. O vírus pode transmitir-se através de inalação ou pelos olhos. Este é destruído a temperaturas superiores a 70 graus Celsius, pelo que a Associação Portuguesa de Segurança Alimentar aconselha a cozinhar a carne e os ovos a temperaturas superiores (há várias pistas para garantir que os alimentos foram cozinhados a uma temperatura suficiente: a carne deve mudar de cor e, no caso do frango ou outras aves inteiras, pode-se espetar a zona mais espessa da perna com uma faca limpa, até que saia o suco. Este não deve conter fragmentos avermelhados ou rosados, pois é sinal de que não se atingiu a temperatura apropriada no seu interior. Os ovos devem ser cozinhados até que as claras e as gemas estejam duras).
O vírus H5N1, foi já detectado em vários países, entre os quais se encontram a Rússia, a China, a Turquia, a Roménia, a Suécia, a Croácia, a Tailândia, o Canadá e a Grécia.
Até ao momento, ainda não foram descobertos casos relacionados com esta gripe no nosso país. Para uma melhor detecção e controlo de possíveis casos que possam surgir, o governo português adoptou algumas medidas de prevenção, como a vigilância e controlo dos animais que entram no Território (autorizar somente a importação de animais provenientes de locais que ofereçam "garantia de ausência de doença", nomeadamente através da apresentação de certificados emitidos pela Autoridade Sanitária veterinária do país de origem), a melhoria e vigilância das condições higio-sanitárias de todos os locais de acondicionamento, venda e abate de aves, a intensificação das acções de vigilância dos animais que já se encontram em lanes, aviários e outros locais de venda por grosso ou a retalho ( rastreio sistemático de sinais clínicos compatíveis com a infecção pelo vírus H5N1-exsudado nasal sero-sanguinolento, cianose de cristas e "afins", palidez das patas, etc. - a efectuar por médico veterinário ou técnico competente), a intensificação das acções de vigilância em humanos, complementadas com acções de informação e educação para a saúde (promoção da saúde e prevenção da doença) dirigidas à população em geral e a grupos de risco, o abate selectivo de animais, por conglomerados de animais infectados, sempre que se verificar a ocorrência de infecção suspeita (sinais clínicos) ou confirmada laboratorialmente.
Em Portugal, os reflexos da gripe existente em outros países e o medo de uma possível contaminação com este vírus já se fazem sentir, dado que alguns comerciantes começam a notar algum decréscimo na procura de aves.